Ainda sob o signo das presidenciais de 2006, desenhei duas tiras, correspondentes a cada um dos principais
candidatos: Cavaco Silva e Mário Soares (é verdade que Manuel
Alegre ficou em segundo lugar, mas nunca deixou de ser uma personagem
secundária). A tira dupla de hoje é a que corresponde a Soares, e
recorda as linhas mestras da sua argumentação eleitoral. Com o seu
imenso ego, o complexo de superioridade típico de uma certa "Capital
do Império", e a arrogância de quem se julga dono da
república, Soares, na tentativa de regresso à presidência, achou
por bem comparar o seu pretenso cosmopolitismo com o suposto
provincianismo de Cavaco: acusou-o de fugir ao debate, de falta de
cultura, de conhecimento, e de peso internacional - entre outras
coisas. Apoiado pelo PS, então no Governo, averbou aquela que foi
talvez a sua maior derrota em eleições: um 3.º lugar com 14% dos
votos expressos.
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