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29 de agosto de 2020

16 de agosto de 2020

Atlas, o Atlante

 

É sempre a última gota que faz transbordar o copo.

8 de agosto de 2020

Vinhetas para BDs que nunca existiram (9)

 

O árabe na ultrapassagem... Pelo aspecto do desenho, deverá ter uma data aproximada ao do postal anterior. Desta vez sem nenhuma relação com acontecimentos reais, apenas uma adaptação da provocação de um condutor veloz para aquele que acaba de ser ultrapassado: «Isso anda, ou quê?...»

2 de agosto de 2020

O árabe irritado



Nos anos 80 as relações entre os EUA e a Líbia estavam ao rubro. Não recordo exactamente as circunstâncias que originaram este cartoon, excepto que se tratou de uma demonstração de força marítima por parte dos norte-americanos - possivelmente o incidente no Golfo de Sidra, em Março de 1986. Kadhafi tinha, na época, muito má imprensa: era retratado como um financiador de terroristas, o que só terminou quando decidiu pagar as indemnizações relativas ao atentado de Lockerbie (o que prova o poder “mágico” do dinheiro). Pelo contrário, nunca se publicou uma linha sobre o alto desenvolvimento social e as obras públicas que modernizavam a Líbia, financiadas pelas receitas petrolíferas, e arrasadas na esteira da “primavera árabe” de 2011. A guerra civil e o caos que daí resultaram perduram até hoje; são o triste resultado da exportação da “democracia” pelas forças do “império”.


24 de junho de 2020

Vinhetas para BDs que nunca existiram (7)


O voo do corvo num planeta distante... space-opera?... quase.

12 de junho de 2020

Duelo ao pôr-do-sol


A secretária fechou a porta atrás de si, acercou-se e disse:
— Mr. Goldberg vai recebê-lo agora. Pode entrar.
— Obrigado.
Pouco depois estava num imenso gabinete forrado a madeiras escuras, com cartazes de velhos filmes alinhados pelas paredes, e atravessei a grossa carpete no meio de um absoluto silêncio. Havia um leve cheiro a óleo de cedro e a tabaco de cachimbo e, ao fundo, uma vidraça que ocupava toda a parede. Frente a ela uma escrivaninha e um vulto sentado, que a contraluz me impedia de ver claramente.
— Bom dia, Mr. Flynn! Sente-se, por favor.
— Bom dia, Mr. Goldberg — pousei a pasta numa mesinha de apoio e afundei-me no grande cadeirão de couro negro.
— Em que posso ser-lhe útil?
— Estudou a minha proposta de argumento?
Ele mudou de posição na cadeira com um rangido imperceptível, fez uma pausa e disse:
— Trata-se de um western, não é? Não estou bem recordado... Importa-se de me fazer uma sinopse?
— A ideia é a seguinte: temos esta história passada após a Guerra de 1812. Um tenente do exército é desmobilizado e, quando volta à sua herdade, nas margens do Missouri, descobre que a sua casa foi incendiada e a família degolada, durante uma revolta de escravos. Cego pela ideia de vingança, ele vai transformar-se num caçador de prémios, perseguindo escravos foragidos. Só que acaba por nunca entregar nenhum, pois no último momento, dominado pela dor e pela recordação, acaba sempre por lhes enfiar um tiro na cabeça.
Goldberg tinha retirado os óculos e limpava meticulosamente as lentes grossas com um paninho claro. Depois voltou a pousá-los sobre o nariz adunco, olhou-me fixamente durante uns segundos, e disse:
— Sim... já me recordo. Não podemos fazer esse filme, Flynn. Hoje em dia, nem pensar. Na noite de estreia tínhamos todos esses activistas profissionais a pegar fogo aos cinemas, a acusar-nos de racismo... e outras coisas piores. A publicidade gratuita não compensaria os prejuízos.
Afundei ainda mais no cadeirão negro e receei que ele me fosse engolir. Nunca me ocorrera que um filme de pistoleiros, de pura diversão, pudesse ofender susceptibilidades. No entanto a história parecia-me boa e, num golpe de asa, tentei salvar o trabalho, enquanto lutava para emergir do cadeirão.
— E se fosse ao contrário?
Goldberg devia estar já a pensar noutros assuntos, porque desceu à terra atabalhoadamente.
— Como diz? Não estou a entender...
— Ao contrário — disse eu com impaciência. — O pistoleiro é preto e vai matar foragidos brancos... presidiários, assaltantes, eu sei lá!... Já não nos acusam de racismo, pois não?
— Lá isso não, Mr. Flynn... Mas esse filme já foi feito, não há muito tempo: chama-se “Django Libertado”.
O cadeirão parecia ganhar-me vantagem novamente, mas Goldberg não me deixou saborear a derrota por muito tempo. Consultou o relógio de pulso, em ouro, e disse pausadamente:
— Desculpe Mr. Flynn, mas tenho uma reunião marcada para daqui a dez minutos. Ouça: porque é que não esquece esse argumento antiquado, e não escreve uma coisa mais moderna e vibrante? Olhe à sua volta, há muito por onde se inspirar... Marque uma entrevista com a minha secretária, e voltamos a encontrar-nos daqui a uns meses. Gostei muito de o ver, passe bem.
— Igualmente, Mr. Goldberg. Até à vista.
Escapei à goela do cadeirão, peguei na pasta e fiz o caminho de regresso. Não marquei qualquer entrevista e, quando cheguei à rua, a brisa transportava o aroma doce do jasmim. Mas devia estar a delirar, pois naquela terra nunca floriram esses arbustos.

6 de junho de 2020

31 de maio de 2020

Pesca grossa



Tal como há “caça grossa”, por analogia propõe-se a “pesca grossa”.
E nem me estou a referir ao desenho... Deixei ficar, propositadamente, um apontamento de uma aula numa cadeira que nós (os alunos) considerávamos confusa, e cujo fim não era fácil descortinar. A opinião corrente era que se destinava a proporcionar espírito crítico, ou a facilitar um método de raciocínio. Falou-se muito durante o ano lectivo (ou melhor... o prof. falava muito -- lembro-me de um condiscípulo que adormecia profundamente nestas aulas), houve um par de “performances” ridículas (como todas as “performances”) e, no final do ano, apresentava-se um trabalho escrito. Tenho ideia que ninguém chumbou nesta cadeira...
Passados estes anos, ao reler os apontamentos, percebi finalmente o contexto: puro lixo marxista! Agora, tudo faz muito mais sentido...

24 de maio de 2020

A corda da forca


Afrase é atribuída a Lenine e, na época, a União Soviética já não parecia ter grandes condições para cumprir a ameaça. Hoje, o testemunho passou para a China, embora em condições diferentes. Em 1984, a China já tinha iniciado as reformas económicas que a trouxeram à posição actual, mas era ainda irrelevante na economia mundial. Para concluir: o cartoon não ficou desactualizado, apenas mudaram os protagonistas - e o grau da ameaça.

17 de maio de 2020

Space Oddity


Um pouco de Bowie, uma espécie de X-Wing e o “Sentro Eletrómico de Infurmassões”.

14 de maio de 2020

Vinhetas para BDs que nunca existiram (6)



Guardião do Templo de Kantenaviss. Delta do Cão Maior, em Cammai III... Ainda mais space-opera.

12 de maio de 2020

Heavy Metal


O filme “Heavy Metal”, a que me referi no postal anterior, tinha um lettering semelhante ao que está aqui desenhado. Era a versão, em desenho animado, do universo temático da revista BD “Métal Hurlant” - basicamente ficção-científica e fantástico. O filme, era bem melhor do que a banda sonora, onde os temas dos Blue Öyster Cult e dos Black Sabbath eram, de longe, os melhores.