Mostrar mensagens com a etiqueta 1983-1984. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 1983-1984. Mostrar todas as mensagens
12 de setembro de 2020
29 de agosto de 2020
16 de agosto de 2020
8 de agosto de 2020
2 de agosto de 2020
O árabe irritado
Nos anos 80 as relações entre os EUA e a Líbia estavam ao rubro.
Não recordo exactamente as circunstâncias que originaram este
cartoon, excepto que se tratou de uma demonstração de força
marítima por parte dos norte-americanos - possivelmente o incidente
no Golfo de Sidra, em Março de 1986. Kadhafi tinha, na época, muito
má imprensa: era retratado como um financiador de terroristas, o que
só terminou quando decidiu pagar as indemnizações relativas ao
atentado de Lockerbie (o que prova o poder “mágico” do
dinheiro). Pelo contrário, nunca se publicou uma linha sobre o alto
desenvolvimento social e as obras públicas que modernizavam a Líbia,
financiadas pelas receitas petrolíferas, e arrasadas na esteira da
“primavera árabe” de 2011. A guerra civil e o caos que daí
resultaram perduram até hoje; são o triste resultado da exportação
da “democracia” pelas forças do “império”.
1 de agosto de 2020
5 de julho de 2020
4 de julho de 2020
28 de junho de 2020
27 de junho de 2020
24 de junho de 2020
21 de junho de 2020
12 de junho de 2020
Duelo ao pôr-do-sol
A secretária fechou a porta atrás de
si, acercou-se e disse:
— Mr. Goldberg vai recebê-lo agora.
Pode entrar.
— Obrigado.
Pouco depois estava num imenso gabinete
forrado a madeiras escuras, com cartazes de velhos filmes alinhados
pelas paredes, e atravessei a grossa carpete no meio de um absoluto
silêncio. Havia um leve cheiro a óleo de cedro e a tabaco de
cachimbo e, ao fundo, uma vidraça que ocupava toda a parede. Frente
a ela uma escrivaninha e um vulto sentado, que a contraluz me impedia
de ver claramente.
— Bom dia, Mr. Flynn! Sente-se, por
favor.
— Bom dia, Mr. Goldberg — pousei a
pasta numa mesinha de apoio e afundei-me no grande cadeirão de couro
negro.
— Em que posso ser-lhe útil?
— Estudou a minha proposta de
argumento?
Ele mudou de posição na cadeira com
um rangido imperceptível, fez uma pausa e disse:
— Trata-se de um western, não
é? Não estou bem recordado... Importa-se de me fazer uma sinopse?
— A ideia é a seguinte: temos esta
história passada após a Guerra de 1812. Um tenente do exército é
desmobilizado e, quando volta à sua herdade, nas margens do
Missouri, descobre que a sua casa foi incendiada e a família
degolada, durante uma revolta de escravos. Cego pela ideia de
vingança, ele vai transformar-se num caçador de prémios,
perseguindo escravos foragidos. Só que acaba por nunca entregar
nenhum, pois no último momento, dominado pela dor e pela recordação,
acaba sempre por lhes enfiar um tiro na cabeça.
Goldberg tinha retirado os óculos e
limpava meticulosamente as lentes grossas com um paninho claro.
Depois voltou a pousá-los sobre o nariz adunco, olhou-me fixamente
durante uns segundos, e disse:
— Sim... já me recordo. Não podemos
fazer esse filme, Flynn. Hoje em dia, nem pensar. Na noite de estreia
tínhamos todos esses activistas profissionais a pegar fogo aos
cinemas, a acusar-nos de racismo... e outras coisas piores. A
publicidade gratuita não compensaria os prejuízos.
Afundei ainda mais no cadeirão negro e
receei que ele me fosse engolir. Nunca me ocorrera que um filme de
pistoleiros, de pura diversão, pudesse ofender susceptibilidades. No
entanto a história parecia-me boa e, num golpe de asa, tentei salvar
o trabalho, enquanto lutava para emergir do cadeirão.
— E se fosse ao contrário?
Goldberg devia estar já a pensar
noutros assuntos, porque desceu à terra atabalhoadamente.
— Como diz? Não estou a entender...
— Ao contrário — disse eu com
impaciência. — O pistoleiro é preto e vai matar foragidos
brancos... presidiários, assaltantes, eu sei lá!... Já não nos
acusam de racismo, pois não?
— Lá isso não, Mr. Flynn... Mas
esse filme já foi feito, não há muito tempo: chama-se “Django
Libertado”.
O cadeirão parecia ganhar-me vantagem
novamente, mas Goldberg não me deixou saborear a derrota por muito
tempo. Consultou o relógio de pulso, em ouro, e disse pausadamente:
— Desculpe Mr. Flynn, mas tenho uma
reunião marcada para daqui a dez minutos. Ouça: porque é que não
esquece esse argumento antiquado, e não escreve uma coisa mais
moderna e vibrante? Olhe à sua volta, há muito por onde se
inspirar... Marque uma entrevista com a minha secretária, e voltamos
a encontrar-nos daqui a uns meses. Gostei muito de o ver, passe bem.
— Igualmente, Mr. Goldberg. Até à
vista.
Escapei à goela do cadeirão, peguei
na pasta e fiz o caminho de regresso. Não marquei qualquer
entrevista e, quando cheguei à rua, a brisa transportava o aroma
doce do jasmim. Mas devia estar a delirar, pois naquela terra nunca
floriram esses arbustos.
6 de junho de 2020
31 de maio de 2020
Pesca grossa
Tal como há “caça grossa”, por
analogia propõe-se a “pesca grossa”.
E nem me estou a referir ao desenho...
Deixei ficar, propositadamente, um apontamento de uma aula numa
cadeira que nós (os alunos) considerávamos confusa, e cujo fim não
era fácil descortinar. A opinião corrente era que se destinava a
proporcionar espírito crítico, ou a facilitar um método de
raciocínio. Falou-se muito durante o ano lectivo (ou melhor... o
prof. falava muito -- lembro-me de um condiscípulo que adormecia
profundamente nestas aulas), houve um par de “performances”
ridículas (como todas as “performances”) e, no final do ano,
apresentava-se um trabalho escrito. Tenho ideia que ninguém chumbou
nesta cadeira...
Passados estes anos, ao reler os
apontamentos, percebi finalmente o contexto: puro lixo
marxista! Agora, tudo faz muito mais sentido...
24 de maio de 2020
A corda da forca
Afrase é atribuída a Lenine e, na
época, a União Soviética já não parecia ter grandes condições
para cumprir a ameaça. Hoje, o testemunho passou para a China,
embora em condições diferentes. Em 1984, a China já tinha iniciado
as reformas económicas que a trouxeram à posição actual, mas era
ainda irrelevante na economia mundial. Para concluir: o cartoon
não ficou desactualizado, apenas mudaram os protagonistas - e o grau
da ameaça.
19 de maio de 2020
17 de maio de 2020
14 de maio de 2020
12 de maio de 2020
Heavy Metal
O filme “Heavy Metal”, a que me referi no postal anterior, tinha um lettering semelhante ao que está aqui desenhado. Era a versão, em desenho animado, do universo temático da revista BD “Métal Hurlant” - basicamente ficção-científica e fantástico. O filme, era bem melhor do que a banda sonora, onde os temas dos Blue Öyster Cult e dos Black Sabbath eram, de longe, os melhores.
Subscrever:
Mensagens (Atom)